domingo, 9 de maio de 2010

MÃE TERRA






(HISTÓRICO DE ARTE DA MARIO)

[ Aproveitando que hoje comemoramos o DIA DAS MÃES, achei interessante postar este texto que escrevi com o objetivo de trabalhar com meus alunos da Mario Piragibe a questão do uso consciente de energia, sustentabilidade, consciência ambiental etc. e que resultou numa série de trabalhos visuais (entre 2006 e 2007), desde desenhos, pinturas, histórias em quadrinhos até uma interessante intervenção na fachada da escola e o vídeo "Terra Mãe". A colega Ezir, de Ciências (e principal responsável, por muitos anos, pela Feira Integrada da Mario), havia partilhado conosco, professores e alunos, uma proposta interessante, CONPET* (projeto patrocinado pela Petrobras/Ministério de Minas e Energia visando o consumo sustentável de energia). Foi a partir do material impresso do CONPET, gentilmente emprestado pela profa. Ezir, que eu produzi este texto base para minhas turmas do 2o. segmento do ensino fundamental (5a. a 8a. séries/que correspondem aos atuais 6o. - 9o. anos).
É preciso lembrar que não temos na escola uma sala ambiente, um atelier ou oficinas de artes: todo trabalho foi realizado no espaço/tempo convencional das aulas regulares e com materiais elementares. Como pretendo, neste ano de 2010, reapresentá-lo a meus alunos - já que estamos (re)trabalhando estas questões na escola... Fica como uma prévia dos novos trabalhos que logo postarei. As imagens aqui ilustradas são de trabalhos realizados na ocasião (2006/2007). Na época, eu sequer tinha uma câmera digital: as fotos e os trabalhos foram todos escaneados. ]


ARTE PELA SUSTENTABILIDADE: USO CONSCIENTE DE ENERGIA



O que é energia? É uma medida física. Não ajudou muito? Certo, é difícil explicar esse conceito. Vale cobrar de seu professor de Ciências, assim você vai entender melhor. Mas o que eu vou falar aqui sobre energia todo mundo sabe um pouco (mesmo quem nunca estudou Física). Quer ver? Qual a principal fonte de energia dos seres vivos que habitam o planeta Terra? Aposto que todo mundo pensou no sol. É isso mesmo. Todos nós (gente, bicho, planta...) precisamos da energia solar para viver. Uma planta, se nunca recebe a luz solar, começa a definhar, a murchar e morre. Quem não sabe? E a energia que nos faz correr, trabalhar, estudar, competir nos jogos esportivos, viver com muita disposição vem de onde? Quem não sabe que vem dos alimentos que nos dão energia? Se uma pessoa parar de se alimentar ela vai começar a perder energia, e vai perder até começar a morrer... Quanto mais “energético” são os alimentos mais disposição temos para nos movimentar física e mentalmente. Enfim, tudo que faz o mundo rodar, mexer, se movimentar, andar, produzir, criar, trocar, consumir, respirar, viver etc. precisa das fontes de energia.


A energia não foi inventada em laboratório. Ela já se encontra na Natureza. E quando o homem surgiu na Terra, ela já sustentava tudo por aqui. O homem só precisou se apropriar dela. Saber usá-la. Dominá-la. Conservá-la. Preservá-la. E, sobretudo, retrabalhá-la (transformá-la). O sol (energia solar), o vento (a energia eólica que move os moinhos), as quedas d’água (a energia hidráulica que move, por exemplo, as hidrelétricas que fazem a luz que temos em nossas casas, escolas, ruas...), a combustão, o fogo, que produz energia térmica, assim como o carvão (vegetal ou mineral) e o gás natural, a energia atômica (dos átomos), o petróleo etc. Já tá tudo aí na Natureza. O que os cientistas fazem, no caso de algumas fontes energéticas, é se apropriar das energias naturalmente encontradas na Natureza (fontes primárias de energia) e “transformá-las” em novas fontes de energia (fontes secundárias de energia); como, por exemplo, o querosene (que acende as lamparinas e lampiões), o óleo diesel (que move os ônibus), a gasolina (que move os carros): tudo isso vem do petróleo (e por isso são chamados derivados do petróleo – que é encontrado diretamente na natureza). Outro exemplo: o álcool é dito energia secundária, pois deriva da cana-de-açúcar, que também vem direto da natureza (energia primária).


No nosso planeta Terra há fontes de energia que “sempre” existirão (ao menos enquanto o mundo e nosso universo existirem). E outras energias que um dia vão acabar. As energias que “sempre” existirão são chamadas de “energia renovável” (porque elas estão sempre se renovando e “nunca” acabam), como, por exemplo, o sol, o vento etc. Você já ouviu alguém dizer: “Não gaste tanto o sol, menino, ele tá quase acabando!”? Ou já leram no jornal: “Porque a humanidade não tem economizado o vento, agora estamos quase sem ele.”? Mas todo mundo já ouviu falar pela televisão que o petróleo do mundo está acabando (por isso têm tantas guerras entre os países que ainda possuem muito petróleo e os países que têm poucas reversas de petróleo, mas que por serem grandes gastadores e desperdiçadores de energia querem tomar a energia dos outros a qualquer custo). Esse tipo de energia chama-se “energia não-renovável” porque um dia (mesmo que demore ainda muitos e muitos anos) vai acabar: como, por exemplo, o gás natural, o carvão mineral, o petróleo e seus derivados. Por quê?




Simples. O sol tá lá em cima e esperamos que continue ainda lá por milhões e milhões de anos, garantindo a vida aqui na Terra. Os ventos vão continuar existindo, a água, se cuidarmos bem dela, idem (porque ela vai e vem com os ciclos naturais das chuvas – o único perigo é acabarmos com a água potável, isto é, aquela que serve para beber, se continuarmos a produzir tanta poluição ambiental!). A combustão (o fogo) precisa do ar, e como sem ar ninguém vai conseguir viver, enquanto tivermos ar (e esperamos que ele “nunca acabe” ou fique irrespirável pela poluição) o fogo também haverá de existir. As plantas, que dão, por exemplo, o carvão natural, o álcool, etc., além da energia dos alimentos vegetais, de que nosso corpo tanto precisa, se continuarmos plantando e cuidando bem do solo, elas também vão “sempre” existir (porque são fontes de energia renovável). Mas o petróleo, por exemplo, é dito energia não-renovável porque foram necessários milhares e milhares de anos (desde a Pré-História) para ele se formar no fundo da terra e dos mares. E quando acabarmos com todas as reservas, vamos ter de esperar tanto tempo para Natureza fazê-lo de novo (se é que ela não esqueceu a "fórmula") que a humanidade talvez já nem esteja mais aqui sobre a Terra para usufruir.


O que podemos fazer então? Simples. Podemos pensar o planeta Terra como um organismo vivo, tudo deve funcionar harmoniosamente. Qualquer prejuízo de um lado pode causar muitos prejuízos de outro. Faz de conta que o planeta Terra é o nosso corpo. Se alguém cortar um pedaço do corpo ele não vai ter prejuízo? A vida fica bem mais complicada se a pessoa não tem uma mão, ou um braço, um olho ou uma perna... Se ela então perde um órgão importante, como, por exemplo, o coração, o pulmão ou o fígado? Fica ainda mais complicado. Pois terá que ter outro órgão transplantado para substituir aquele (ou viver presa a uma máquina). Ou esperar da Ciência outra solução. E sabe Deus se soluções serão encontradas a tempo! Agora, e se perder o cérebro? Vai morrer...


Assim é o nosso planeta. Se vamos gastando, tirando, cortando (amputando) sem pensar no que possa acontecer, vai chegar um momento em que teremos tirado o “coração” do mundo, ou, quem sabe, o seu “cérebro”! Já pensou? Não haverá mais mundo: Será o fim do mundo!


Por isso temos de preservar. Cuidar da Terra para diminuir os impactos ambientais (que são os prejuízos causados pela exploração insensata dos recursos naturais do planeta). Você sabe quais são os impactos ambientais? Muitos deles são falados todos os dias na TV: o buraco na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o efeito estufa, a poluição das águas e dos solos, a extinção de espécies animais e vegetais etc. Tudo isso são “doenças” de nosso planeta. Nosso planeta está doente. Respira mal. Muito mal. E todos nós corremos risco de vida porque o planeta Terra é a nossa casa, melhor: É o nosso corpo! Se ele morrer (isto é, se acontecer um colapso ambiental total) todos nós morreremos juntos...


E não adianta só ficar rezando pra que esses impactos ambientais não levem nosso planeta à morte (ao colapso total e à nossa lamentável extinção)! É preciso cuidar do mundo e da natureza, se responsabilizar pelas reservas naturais, é preciso pensar, refletir, estudar, pesquisar o que se pode fazer para amenizar os “estragos” já feitos (pelas gerações anteriores) e evitar novos problemas. É preciso economizar as reservas de energias (sobretudo as não-renováveis) até que os humanos descubram como substituí-las por novas fontes. E isso pode demorar anos! Enquanto isso, é preciso usar o que já temos com parcimônia (pensando nas gerações futuras que, como nós, também, vão precisar delas), economizando e reciclando o que dá pra reciclar. Isso também tem um nome que sempre aparece na mídia (isto é, na TV, nas rádios, jornais, revistas...): CONSUMO SUSTENTÁVEL.



Viu como é fácil entender sobre toda esta “questão energética” que falam por aí? Assim, para resumir: buscar a sustentabilidade (consumo sustentável) é cuidar de preservar as fontes de energia, é zelar pela conservação das reservas naturais de nosso planeta, é usar os recursos naturais com responsabilidade, lembrando que as gerações futuras também precisarão delas como nós precisamos hoje. Afinal, não se pode confiar só na esperança tecnológica acreditando que os cientistas sempre vão “inventar” soluções pra todas os problemas. Tudo bem que eles são bastante inteligentes e persistentes em suas buscas; mas vai que “dá uma zebra”? É bom não arriscar... Como se diz no popular: “Se economizar não vai faltar”! “O prevenido nunca fica desprovido”! Buscar a sustentabilidade é ainda reduzir a produção de resíduos (lixo), reutilizando embalagens e encaminhando para reciclagem as coisas que são retornáveis. Investir na sustentabilidade de nosso planeta é pensar consciente e criar uma nova arte de viver para garantir um mundo que seja legal pra todos: hoje e no futuro!


profa. Imaculada Conceição M. Marins

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA(*)
CONPET: Livro do professor: Um sonho de Energia, PETROBRAS/Ministério de Minas e Energia


VÍDEO (TERRA MÃE) APRESENTADO NA FEIRA INTEGRADA 2007



INTERVENÇÃO NA FACHADA DA ESCOLA
(cada uma de minhas então sete turmas de artes visuais produziu - em grupos - as sete letras da palavra ENERGIA - pintura/colagens sobre TNT - foi escolhida uma letra da palavra por turma -, sendo todas costuradas verticalmente pelos alunos no dia da intervenção)












REFERÊNCIAS ARTÍSTICAS

CHRISTO

VOLPI

HÉLIO OITICICA



Postado por Imaculada Conceição

Nenhum comentário:

Postar um comentário